Em meio à crise econômica da sociedade contemporânea, persiste o desinteresse pelas lutas políticas, como se não fossem mais importantes. O que se expande, cada vez mais, em nosso cotidiano e torna-se, mais comum, a cada dia, são as lutas por questões individuais, visando interesses particulares de uma parcela específica da sociedade capitalista. Assim, a população desse mundo rotulado de "moderno" e "civilizado" não consegue resolver seus conflitos; ao contrário, o que se verifica é o acirramento dessa situação. No início da década de noventa do século XX, chamava-se a atenção para, como diziam historiadores da Educação, o choque do futuro, que se entendia como o conflito entre as civilizações, ou seja, o choque entre culturas. Nesse contexto de um mundo globalizado do século XXI em que haveria a crença de um intercâmbio entre a cultura, ou de uma uniformização de conhecimento educacional global, verificam-se movimentos de afirmação de valores culturais e de fortalecimento de grupos minoritários os quais se baseiam em estratégias de luta intolerante e excludente em sua práxis pedagógica, na qual para um existir, o outro precisa ser eliminado. A educação inserida nas relações socioeconômicas não pode omitir a responsabilidade de atuar, a fim de pensar, compreender e empenhar-se no intuito de buscar um ensino voltado para práticas democráticas de respeito e tolerância às diferenças cada vez mais evidentes no contexto da sociedade global capitalista, cuja grande marca é a desigualdade social.