A Lúcia foi minha professora. Aprendi com ela, por exemplo, que o verbo “preferir” não requer a expressão “do que”, mas a preposição “a”. Mas aprendi com ela algo mais importante: graças a um dever de casa marcado por ela, descobri que eu gostava de escrever. Quando a Lúcia deu aula para mim, não vislumbrei a autora, que consolida com este livro a literatura que tem produzido. Nas três partes de Mulher de Nuvens, ela visita lugares e a si mesma com delicadeza e com lirismo. Nessas visitações, investiga quem é, conhecedora de si mas aberta a ineditismos. Tem-se então o retrato de quem busca, ensina, escreve. Nas três partes deste livro, Lúcia visita a poesia.