Humanismo Vital é o sobrenome de uma visada, ou de uma viragem, ou ainda de uma rasgada, surgida quando essa Psicologia Humanista de Carl Rogers, nos arredores mesmo do século XXI, fecunda a si mesma gerando a vitalidade de um movimento criativo. O Humanismo Vital não é uma proposta ou uma proposição, mas uma desarticulação-fundamentada que abre espaço à emergência de um inesperado formativo. Desta forma, a composição literária e pluralista deste livro, com seus nove capítulos e prefácio, são parte do exercício de amadurecer os conceitos e as práticas primordiais da Abordagem Centrada na Pessoa - nas suas facetas da clínica, da presença, da tendência formativa, por exemplo - inserindo-os ao largo do seu habitat costumeiro, sem perder a singularidade de suas origens. Trata-se de uma problematização que faz intumescer o que é próprio desta Abordagem, agora, nas cercanias do estrangeiro, na zona limítrofe de um campo experiencial além do qual tudo é vertigem, abismo ou esperança. As partículas de ideias e travessias formativas apresentadas pelos autores estão abrigadas na aposta primeira dessa ACP, um jeito radicalmente concentrado na possibilidade, na abertura e no encontro, deslocando-se da experiência para novas molduras conceituais e diferentes paisagens sócio-históricas. É uma experiência vital sem subscrever-se às correntes do vitalismo e também humanista sem prender-se ao antropocentrismo e ao universalismo característicos de algumas perspectivas. Constitui-se, portanto, uma provocação de ultra vires: viril e viral, vacilante e visceral, vã e vasta, vivaz e vagarosa, vigorosa e voluptuosa em vapor de uma voz alta... Esse é um Humanismo feito para trincar o óbvio - humanismo vil(ão) e vital, por assim dizer: uma experiência aionofágica que dilacera o mormaço das carnes. Essa é a Trinca de Humanistas: do ultra vires humano - que tangencia à porosidade em devires.