Enquanto vociferações celebram essa conquista como marco da emancipação dos indivíduos em relação às regras alienadas do jogo social, Fernanda examina as consequências da destituição do direito na periferia global e compreende o que a multidão eufórica ignora: O bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na papelada do dia em que, para a desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordará os seus ratos e os mandará morrer em uma cidade feliz (CAMUS, 2004, p. 268-269).