O problema de uma civilização encontra-se em seu processo de decadência, que ocorre quando uma sociedade se edifica enquanto império vindo a desvalorizar o ser humano enquanto ser que sente. O objetivo de uma cultura é desenvolver-se e transformar-se em uma civilização sendo que quando chega em seu ápice percebe-se que abandona a essência da cultura que é o ser humano, assim começa a desenvolver-se e operar em sentido oposto, ou seja, começa a valorizar não mais a alma da cultura que é a essência humana (sentimentos e emoções), mas sobremaneira o material, o mecânico, o método, a técnica, a ciência, a razão. A autora quer nos levar à leveza do ser sem que incorramos na obrigação de perguntar sempre pela verdade, enfim, sem que nos sintamos culpados pelos erros que possamos cometer, faz literatura com Wittgenstein, faz da filosofia uma atividade e nos pergunta, se a humanidade está preocupada com a verdade acadêmica ou com aquilo que encanta a vida. É aqui que Cristiana e o Segundo Wittgenstein se encontram: a vida é um jogo de linguagem, o ser humano mora na linguagem e nos símbolos que inventa. Assim a autora caminha, por vários frinchas e aportes dos textos tardios de Wittgenstein para apontar que a cultura, de um certo modo, é também um Jogo de Linguagem.