A temível tripulação do navio pirata Peixe-Boi encontra um cesto com uma bebê à deriva no mar. O que fazer com ela? Vender? Trocar por um barril de rum? Acabam tendo uma ideia melhor: criá-la, já que uma menina sempre pode ser útil. Logo ela mostra ter sido feita para aquela vida: cospe, xinga e lidera como ninguém. Mas sente falta de algo, embora não saiba exatamente o quê. Amor? Um lar seguro? Uma vida normal? Quando decide que quer ser apenas uma menina delicada, os outros piratas vão ajudá-la a realizar seu desejo. Zelda, a pirata, escrito pelo holandês Pieter van Oudheusden e ilustrado pela belga Merel Eyckerman, aborda questões que adquirem uma importância cada vez maior na literatura, no cinema e na televisão: a quebra dos estereótipos de gênero e o aumento da representatividade feminina, sob a forma de personagens ficcionais mais próximos das mulheres da vida real. Mas o protagonismo de Zelda não impede que meninos também se identifiquem com ela em função dos traços marcantes e por vezes contraditórios de sua personalidade, como coragem, obstinação, teimosia e egoísmo, e da verdadeira luta que empreende para construir sua identidade, em meio às expectativas dos adultos e de seus pares, em uma fascinante jornada de autoconhecimento. Com ilustrações primorosas, Merel Eyckerman cria uma turma de piratas ao mesmo tempo adoráveis e temíveis, perfeitamente caracterizados.