Danci, soma bem rimada de Danton e Ceci: Contar sua própria vida é coisa para gente grande. Assim como fizeram Pablo Neruda, Luis Buñuel e alguns outros memorialistas inigualáveis. Mas é preciso voltar a ser criança para ser gente grande. E isso é o mais difícil para quem mergulha no próprio passado. Danci Caetano Ramos entende de infância como muito poucos, porque é poeta desde que abriu os olhos para as coxilhas do Rio Grande do Sul. E guardou na retina, na mente e no coração cada detalhe das pessoas, animais e coisas que encontrou pelo caminho. Através de suas recordações voltamos ao Xangrilá, ao paraíso perdido da infância, àquela Fazenda da Timbaúva onde seus pais, Danton Ramos e Ceci Caetano Ramos a criaram entre o berro do gado, os relinchos dos cavalos e os poemas de Castro Alves. Aliás, nesse mesmo ambiente foi criado seu primo, quase irmão, Jayme Caetano Braun, outro mestre da poesia brasileira. Danci está feliz de corpo e alma aos oitenta anos. Iria escrever de idade, mas não posso. Danci não tem idade. Como descobrimos encantados com seu convívio de mulher vestida de amor, e em cada um dos seus contos. Leiam este livro e verão. - Alcy Cheuiche, Feira do Livro de Porto Alegre 2016