Junho de 2013. O Brasil é ocupado por protestos contra o aumento das passagens de ônibus. O gigante acordou com barulho das ruas. Gritos de milhões de brasileiros, ávidos por inquisição, ecoam nas redes sociais virtuais e despertam também a misoginia travestida de punição à presidenta Dilma Rousseff. A desconstrução do Partido dos Trabalhadores, envolvido em escândalos de corrupção, cria o espaço favorável para a pauta conservadora na internet. Surgem os ditos movimentos contra a corrupção, conclamando o povo a ocupar as ruas. O processo de afastamento de Dilma cria uma agenda de debates e interação virtual carregada de conotações sexistas, com reflexos diretos no mundo off-line. Para decodificar como o conservadorismo estabelecido após 2013 influenciou na aceitação popular do afastamento da presidenta, é preciso mergulhar profundamente no modus operandi dos núcleos de atuação presentes nas redes sociais que deram voz ao enredo de misoginia do impeachment.