O autor, ao discorrer sobre os flagelos decorrentes do monopólio da saúde e da vida pelo Estado Dogmático, o qual está sempre muito acima e ex-ante de sua constitucionalidade jurídica, aponta o caráter circular do sofrimento humano desde priscas eras em que o homem, ao errar em suas decisões, causa danos irreparáveis (guerras, conflitos) à formação das sociedades humanas, deixando de pesquisar os fundamentos de seus próprios atos pretendidos antes mesmo que provoquem as catástrofes pela ignorância de seus nefastos efeitos. É essa lógica milenar do sábio paideico, do mestre cartesiano, da razão universal do decisor iluminista (auctoritas), que foi objeto da dissecação crítico-epistemológico- conjectural do jovem professor Luís Vieira, já admirado por seus pares de discência e docência, como um pesquisador invejável lastreado por uma humildade científica que o distingue no convívio acadêmico. Só a leitura atenta dessa magnífica obra (que certamente perpassará várias décadas pelos desafios que deixa às gerações presentes e futuras) poderá transmitir o grau de profundidade em que foi construída por uma lógica metalinguística desconstrutiva dos enigmas do discurso jurídico positivista, neoconstitucionalista e pós-positivista (atualmente exaltado por milhões de obras que se perdem em doutrinas, crenças, mitos, monismos, dualismos e nominalismos) que só reforçam o reino jurisdicional garantista e seus cortesãos muitas vezes disfarçados em hermeneutas privilegiados de uma escuta da historicidade que afirmam imanentes à própria vida humana.