A leitura desta obra proporciona uma incursão à história da educação brasileira do período final do império, ainda não muito conhecida. A autora conta sua experiência como professora em uma escola no Rio de Janeiro e sobre o estilo de vida, valores e hábitos das casas em que trabalhou como preceptora. Interessante notar que em pouco tempo se deu conta de que os métodos aprendidos na escola alemã não serviam à realidade das crianças brasileiras, afirmando que era necessário uma pedagogia brasileira adaptada ao caráter do povo e às condições de sua vida doméstica. Suas considerações sobre os usos e costumes da época são precisos e revelam admirável acuidade. Ela descreve com qualidade literária e delicioso humor algumas situações em que se vê envolvida, como a dos carnavalescos do entrudo que a encharcaram com os limões-de-cheiro. Faz também severas críticas ao regime de trabalho escravo e à ignorância de políticos que desconheciam a Constituição do próprio país.