Um câncer terminal levará seu marido dentro de um ano. Ele ignora a morte. E ela se volta à escrita na tentativa de preservar a própria força vital. Para a escritora Natalia Timerman, que assina a orelha do livro, Hanne Ørstavik escreve na imbricação entre vida e literatura. Entre um diário e uma carta, Ti Amo intercala reflexões sobre o momento presente o peso da solidão e do luto antes mesmo de a perda se concretizar e recordações dos quatro anos vividos com o marido. A história se desenvolve aos poucos, escrita nos momentos em que o convalescente não exige os cuidados da narradora. Te amo é a frase que mais se repete ao longo das 112 páginas da novela. Te amo, eles se dizem constantemente. O que poderia ser uma tentativa de compensação pelos anos que não vão ter um ao lado do outro é, na verdade, um jeito de reafirmar o compromisso de seguirem juntos mesmo com a iminência da morte os afastando cada vez mais.