Em meio ao regime salazarista, que vigorou em Portugal por quatro décadas, o nosso reino conta a história de um menino de oito anos e sua vida em uma pequena aldeia de pescadores em Portugal, nos anos 1970. Esta é a história de Benjamim, um menino que procura alguma forma de transcendência ao tentar levar o que imagina ser a vida de um santo. Estão presentes a todo momento os elementos de uma mitologia infantil, os medos e fantasias de um mundo em formação. Já em sua primeira obra de ficção, Valter demonstra o lirismo e a força que o tornariam célebre. Como define o próprio autor, o nosso reino é o retrato de uma solidão espiritual a partir do vulnerável ponto de vista infantil."O NOSSO REINOComo define o próprio autor, “o nosso reino é o retrato de uma solidão espiritual a partir do vulnerável ponto de vista infantil”. Neste romance de estreia de Valter Hugo Mãe, o menino Benjamim, criatura de profunda candura, procura na manifestação divina uma saída para o desamparo em que vive. A história é ambientada numa aldeia portuguesa de pescadores, nos anos 1970, durante os momentos finais da ditadura salazarista. Em meio a uma convulsão histórica que mal parece afetar a vida da pequena aldeia, o protagonista de oito anos de idade procura alguma forma de transcendência ao tentar levar o que imagina ser a vida de um santo. **“Um deus severo vigia essa aldeia habitada por meninos que querem ser santos, estranhos homens ausentes e mulheres de costas curvadas pelo peso da vida. Nessa aldeia sem nome, o menino Benjamim lembra, num presente interminável, a ruína da sua casa, arrasada sob o peso das chuvas e das lamas, das culpas e das ganâncias.”Maria Angélica Melendi“[...] toda a narrativa de Valter Hugo, neste livro, é subversiva, aparentemente natural mas, de fato, estranha. Posso até imaginar que tenha ele pretendido fingir que quem escreveu aquilo seria um menino de oito anos. A verdade, porém, é que, como o livro não foi escrito por um menino mas pelo autor adulto, resulta uma escrita altamente sofisticada, como um poema em prosa.”Ferreira Gullar"