O selo Escrituras, dentro da Coleção Ponte Velha, edição apoiada pelo Ministério da Cultura de Portugal e pela Direção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB/Portugal), publica Comentários ao apocalipse, de Pedro Proença. A organização e prólogo da obra são de Floriano Martins e as ilustrações do próprio autor. Como destaca o autor Pedro Proença, grande parte dos poemas que compõem Comentários ao apocalipse sofre da vontade de as coisas se acumularem umas sobre as outras, e no poema que se deixa ler, surgirem as espezinhas impressões de algo que se quis transformar excessivamente, isto é, desaparecer no amor de se deixar transformar. Nas mãos do poeta classicista, a pedra-pomes leva à condensação, ao mortífero desejo de obra monumento narcísico para uma posteridade algo absurda, porque qualquer posteridade é esquecimento e algo inacessível, mesmo para quem tem uma convicta fé num algo além.