Instrumentos linguísticos no século XIX que se voltam e dizem respeito à escolarização de surdos, com suas reverberações nos dois séculos que se seguem, fazem parte da sólida reflexão que aqui vamos encontrar. Está em foco neste livro, que advém de uma dissertação com força de tese, o sujeito surdo e o imaginário sobre surdez e sobre língua, em sua tensa e contraditória relação entre língua de sinais, língua materna e língua portuguesa. De seu objeto, o Compendio para o Ensino dos Surdos-Mudos de 1881, a autora vai nos fazendo enveredar pelos caminhos da historicidade da educação dos surdos; uma trilha em que dizeres e silenciamentos vão (des)construindo imagens sobre surdez, com suas consequências sobre o que e como se ensinar. Ao lê-la, vamos descortinando como se foi e, por que não, como ainda se vai (in)compreendendo a surdez. [...]