Cidadania: um conceito inútil? é uma obra que examina os usos e a história recente, desde a redemocratização, dos conceitos de cidadania mobilizados por cientistas sociais brasileiros na escrita de seus artigos científicos tendo como fonte o Scielo (Scientific Eletronic Library Online). A partir de um corpus de 66 artigos e extensão temporal de 25 anos (1989-2013), a questão central que moveu a escrita do livro foi descobrir como os cientistas sociais brasileiros interpretam o conceito de cidadania na produção de seus artigos científicos. Em outras palavras, quais os usos conceituais efetuados por eles? Para responder a essa pergunta, foi construído um referencial analítico a partir de quatro autores centrais oriundos da tradição hermenêutica e da história dos conceitos germanófona: Hans-Georg Gadamer, Paul Ricoeur, Reinhart Koselleck e Kari Palonen. Os métodos empregados foram a análise de redes e a análise de conteúdo. Dentre os achados e as conclusões do livro estão a apresentação das principais abordagens conceituais que dão sentidos diversos ao conceito em tela nas Ciências Sociais no Brasil e a revelação de uma polissemia sem disputa. O conceito em tela enquanto campo teórico apresentou poucas discussões internas ao meio acadêmico brasileiro. Cidadania: um conceito inútil? é uma obra que pode interessar não apenas a estudantes, pesquisadores e professores das áreas da Sociologia, Antropologia e Ciência Política, mas principalmente ao público de uma forma mais ampla. Num momento em que a disputa da semântica e do léxico político tem tomado a internet, bem como tentativas de questionar fatos já elucidados pela produção científica (por exemplo, o nazismo é de esquerda, cabe pesquisar e analisar sobre o trabalho daqueles que mais refletem e contribuem para explicar os fenômenos sociais e políticos do Brasil: os cientistas sociais. Portanto, este livro objetiva contribuir para a qualificação do debate público acerca de um conceito fundamental para a vida em [...]