Diferentemente do que se possa pensar, não tem esta obra o condão de mostrar vertente destruidora de tudo o que vem sendo edificado de modo paulatino com alguns destemperos, é verdade na história do estado democrático brasileiro. Objetiva-se, isso sim, discorrer sobre processos imperfeitos, cenários incômodos, desgastes naturais, desvirtuamentos de premissas fundamentais, e o modo como se pode desenvolver a ciência constitucional apesar de previsões nem sempre otimistas de parcela de seus estudiosos. O desenvolvimento de seus mecanismos de superação aos percalços cotidianos, neste sentido, é sempre uma opção viável a ser buscada. A defesa, pois, é da continuidade e da estabilidade das instituições democráticas, sem a inocência do douro da pílula de que vivemos um movimento constitucional perfeito e acabado, ou do populismo de discursos superficiais que dão a ciência constitucional mero efeito placebo aos cidadãos carentes de direitos fundamentalmente consagrados.