Em Ciência, política e trajetórias sociais: uma sociologia histórica da teoria das elites, Mario Grynszpan elabora um verdadeiro tratado sobre o surgimento da teoria das elites, do início do século XIX aos dias atuais.O objetivo da obra é mostrar como as elites se constituíram historicamente, tornando-se objeto de reflexões sociológicas em torno de uma teoria que se impôs como instrumento privilegiado de análise social.Além de expor inúmeras mudanças que ocorreram em torno dessa teoria e de suas interpretações, o estudo também demonstra que o sistema elitista, mesmo sendo democrático, é dirigido por uma minoria que se impõe, como qualquer outro sistema político. Essa democracia, contudo, distingue-se por ter no poder não uma elite fechada, cristalizada em um só grupo que se reproduz internamente, mas sim aberta, renovada pelo mero processo da livre concorrência e pelos votos do eleitorado. A liberdade e a concorrência, afirma o autor, são fundamentais para que ocorram mudanças sociais e políticas no país, impedindo que um único grupo se imponha de forma definitiva e exerça o controle.Segundo o estudo, é sensato evitar que as massas sejam direta e facilmente mobilizáveis pela elite. Quando isso ocorreu, como no nazi-fascismo e no comunismo, o que se viu foi a negação da própria democracia.