O livro trata de um tema específico entre os muitos presentes no poema de Parmênides: o não ser. Os motivos para esse recorte são dois: o primeiro é a necessidade atual, no debate contemporâneo, de uma revisão dos mais variados pressupostos que sustentam e compõem a nossa visão de mundo que podemos chamar genericamente de newtoniana onde, imergida em espaço e tempo homogêneos, se encontra uma realidade em constante devir; essa visão parece não ser mais suficiente e, ademais, é questionada desde o século XIX pela filosofia e, ao menos desde o século XX, pela ciência mais avançada. Hoje, espaço e tempo não são mais tidos como um receptáculo neutro do mundo; alguns tradicionais instrumentos cognitivos humanos, como a relação causa-efeito e o princípio de não contradição, parecem não atuar de forma absoluta como se acreditava; e, finalmente, a projeção para o futuro das dinâmicas do mundo segundo nossos atuais conhecimentos e, portanto, uma ideia de rumo para a humanidade não tem (...)