Poucas vezes um estudo acadêmico sobre as artimanhas da imaginação romântica terá sido tratado com tanta abrangência como neste ensaio de Marcos Flamínio Peres. E isso não apenas pelo arranjo escrito do argumento, cuja habilidade como que se amolda ao imprevisto das variações temáticas como que a tendência folhetinesca acabou desarticulando a linearidade do romance histórico, ao ajustar o dado bruto dos grotões da Colônia às figurações da quimera e do maravilhoso. Mais do que isso, o alcance do ensaio vale sobretudo pelo modo preciso com que elucida as particularidades do contesto histórico-literário em que se expande essa transformação do gênero.