A gente sempre espera pela alvorada. Mesmo sabendo que ela nem sempre traz o que a gente quer. Às vésperas da festa do Divino, temos o resumo da maldade e da paixão cultivada de maneira errada na figura de um homem que sempre fez o que quis. Mas será que fez mesmo? A crueldade Francisco não é uma exclusividade dele. É fruto de gerações e gerações que criaram uma cultura quase sufocante no Brasil, que está longe de deixar de existir. As mulheres da sua vida, meras desculpas para destilar sua ruindade. O isolamento, longe de ser uma paz, é um transtorno que Francisco cultiva para sabotar a si mesmo. Mas a Alvorada está para chegar. As filhas, empregadas e amantes desse homem que, como tantos, se acostumou a só definir sua vida a partir dessas relações, nunca de afeto elas nem sabem que com a festa virá uma revelação. Não exatamente uma epifania, uma vez que a fé, tão presente, parece não ter poder muito além do altar. Mas chega com a festa uma nova esperança para aquele (...)