A coletânea de textos é precedida por uma introdução muito bem articulada teoricamente, cujo grande mérito é dar uma visão estruturada do campo altamente complexo formado pelas diferentes tendências e vertentes do pensamento marxista latino-americano. Tomando como fio condutor da análise a problemática da natureza da revolução no continente, Löwy mostra que a partir deste eixo nascem duas posições básicas no interior das quais se situam essas várias correntes. A primeira dessas posições, de viés eurocentrista, cujo ápice se deu no período de hegemonia stalinista, via na América Latina uma formação social de caráter feudal que só podia eliminar o atraso histórico por meio de uma revolução nacional-democrática (ou antiimperialista ou antifeudal) das forças populares em aliança com a burguesia nacional progressista, tendo como objetivo a industrialização. Ao transplantar mecanicamente o modelo europeu de revolução democrático-burguesa para os tópicos, não houve a bem dizer nenhum [...]