O conflito entre conservadores e progressistas coloca em evidência os que defendem a ordem dominante e a repressão e os que defendem um processo emancipatório, de autonomia dos sujeitos, da ampliação dos direitos e de inclusão social. Essa narrativa que separa progressistas e conservadores na questão de defesa dos direitos humanos se expressa nas lutas por reconhecimento dos direitos das mulheres (questão de gênero nas escolas, do aborto), da população LGBT (questão da garantia da opção sexual), dos índios (cultura e terra), dos negros (quilombolas), implicando nuances e pactos que buscam isolar ou ampliar forças. É fundamental contextualizar e situar essa narrativa na relação de forças tanto estrutural como superestruturalmente, articulando os interesses econômicos em jogo com os interesses políticos manifestos e ocultos. O conservadorismo pode se disseminar ou avançar na universidade, principalmente num processo de acomodação nas zonas de conforto de pensar sem se engajar, o que é realmente ilusão, pois se trata de um engajamento na ordem dominante. Pode ter força para reduzir ou eliminar a participação da sociedade e dos segmentos estudantil e de trabalhadores nas instâncias decisórias. Conservadorismo, aliás, que pode ser mais ativo na recusa da transformação do mundo, ou mesmo na indiferença para com a opressão, seja naturalizando-a, seja camuflando-a. A interação entre setores organizados da universidade e os movimentos sociais emancipatórios expressa uma crítica ao conservadorismo, à dominação, à exclusão social, na busca da inclusão participativa, do reconhecimento de direitos e de sua efetivação.