O que podemos saber dessa poesia? Diante de um livro como este, que apresenta sete autores com tantas afinidades, será que é possível pensar uma nova “geração” de poetas? Observando as “sete faces”, constatamos que praticamente todos os poetas passaram pela Universidade e se pós-graduaram. A leitura de poetas consagrados, o cinema cult, a música pop e a contracultura se fazem presentes nos seus temas e na linguagem. A face acadêmica, no entanto, não explica tudo... talvez até explique muito pouco mesmo. Um ou outro comentário irônico sobre o precário lugar do intelectual, impotente hoje e sempre, como em “preciso de algo mais forte urgentemente, porque não agüento mais ouvir nossos intelectuais, não agüento mais hollywood e cahier du cinema, deleuze, foucault e derrida”, do texto de Anderson Pires. As definições de poesia e o assumir-se como “não-poeta” de Rodrigo Toledo França vinculam os poetas à sua herança maior: o Modernismo e a geração que o leu nos anos 60, 70, 80 (isso também se percebe na poesia de André Monteiro), mesmo em se tratando de um vínculo que permite a diferenciação.Os poetas das sete faces mostram que foram bons leitores, de poesia também. Por essa e por outras, a leitura de seus textos pode apontar novos sentidos para quem lê poesia hoje.