O trabalho infantil urbano tem sido invisibilizado e, quando percebido, naturalizado ao longo dos anos. São milhares de crianças que perdem boa parte de suas vidas ou até mesmo a totalidade delas, ajudando a complementar a renda mensal de suas famílias, resultado de um projeto de sociedade espoliador e excludente que faz com que lutem em tão tenra idade, como se adultos fossem. Se falarmos em quantitativos, trata-se de um verdadeiro genocídio. Quando na escola, essas crianças lançam diariamente inúmeros desafios aos educadores, estabelecem novas regras, exigem diferentes posturas e imprimem múltiplas lógicas ao fazer docente daqueles que por elas se deixam afetam, permitem-se aprender para ensinar cada vez mais e melhor. Suas vivências e experiências, ao serem consideradas e incorporadas às dinâmicas escolares, produzem novos sentidos à pedagogia, desvelando outras possibilidades educacionais. Diante desse processo é possível dialogar com seus saberes, afirmar suas identidades e promover o sucesso escolar dos historicamente excluídos. Nesse cenário surge a Pedagogia Social como uma pedagogia que resgata vidas, estabelece pactos e instaura poder.