"No exato momento em que um homem é reconhecido por outro como um ser sensível, pensante e semelhante, o desejo ou a necessidade de lhe comunicar seus próprios sentimentos e pensamentos fez com que ele procurasse os meios para fazê-lo. Não foi a fomenem a sede, mas o amor, o ódio, a piedade e a cólera que o fizeram falar." Ao formular esta hipótese em seu Ensaio sobre a origem das línguas, Rousseau contempla o reconhecimento do outro e a força motriz das paixões na gênese e no funcionamento dasinterlocuções humanas. Podemos reconhecer no outro um outro eu pelo modo como ele sente, pensa, age e fala. Nesse caso, o amor e a amizade, a confiança e a piedade e outros afetos afins serão constitutivos das práticas de linguagem.