josé g. principia poesia alguma com uma declaração programática: este livro inicia igual ao fim de um al/de um algo que tresli/de uma alma igual a mil/em li´ngua desigual. Nele, mais que promessa, o leitor surpreende um autor que, apesar de estreante, demonstra um destacado domínio da carpintaria poética, numa convivência madura com as palavras, com ritmos que se põem, se repõem e se dissolvem, com assonâncias e ressonâncias destinadas a transmitir pensamentos, desejos e afetos. O percurso se organiza em torno de cinco eixos: I. languedoc devastada; II. biblioteconomímesis; III. os trabalhos e os dias; IV. filosofemas; V. algaravia. Cada passo constitui uma surpresa para o leitor, desenhando um rizoma que se desdobra entrelaçado em novas dobras, para gerar surpreendentes conexões. Assim, em languedoc devastada, ainda que tudo se articule em torno do sim (e langue d’oc significa literalmente língua do sim), isso só se faz para embaralhar as fronteiras aparentemente (...)