A poesia, como modo peculiar de ver e sentir, tem sido outra linguagem com a qual Carlos Rodrigues Brandão, antropólogo sensível e experiente, vem construindo, desde seu primeiro livro, representações das sociedades em que viveu e pelas quais passou. Neste livro, reafirma "sua capacidade de contenção poética, verbalizada no resgate de sua especial viagem de memórias, procurando na noite dos tempos o resgate da sombra na memória, trazendo-os para a luz meridiana da lembrança, a voz da poesia, contaminada pelos espessos e obscuros mantos da negação e da perplexidade da vida", no dizer de Carlos Fernando Filgueiras de Magalhães, prefaciador da obra.