A concentração da população mundial em cidades é um fenômeno crescente e impõe que o cotidiano seja gerido. A mobilidade das pessoas é um desafio diário, que envolve a saúde, qualidade de vida e todas as expectativas de usufruto dos direitos, conveniências e oportunidades que os centros urbanos oferecem. Portanto, a atividade regulatória do trânsito tem estrita relação com a Medicina, a qual criou, em 1994, no Brasil, uma especialidade médica para tratar das doenças e sintomas próprios da mobilidade urbana: a Medicina de Tráfego. Assim, um estudo interdisciplinar entre a Medicina de Tráfego e a regulação do trânsito torna-se relevante para a compreensão de políticas ambientais e econômicas de Estado, trazendo ao leitor considerações acerca da legitimidade para a elaboração normativa e de inteligência regulatória. Objetiva-se, principalmente, estudar os influxos do Direito na Medicina, e vice-versa, para uma melhor compreensão dos conflitos e desafios na atividade regulatória.