Nos estados limite e nas organizações narcísicas é solicitado ao analista algo mais do que sua disponibilidade afetiva e sua escuta: solicita-se sua potencialidade simbolizante. Potencialidade que não apenas aponta para recuperar o existente, mas para produzir o que nunca esteve. Não se trata apenas de conflito, mas de déficit (carências). Por isso aí a contratransferência - teoria e prática - se fez forte. A dimensão narcísica é evidente naqueles pacientes que reagem com hipersensibilidade à intrusão no espaço próprio, conservando, ao mesmo tempo, a nostalgia da fusão e temendo a separação. Fusão tão necessária quanto te mida. São estes estados limite os que mais exigem que o método, tornando-se estratégia, inclua iniciativa, invenção, arte.