[...] Desça a escada de mármore. A seguir, sempre martelando com vigor, faça um buraco na sua casa. Sem pânico, portanto, entre no espaço sombrio, claustrofóbico. Seja como for, nada de velas, lampiões, lamparinas ou luzes bruxuleantes. Por isso, pouco a pouco, procure a frase mais marcante, ou seja, aquela que lhe feriu sem licença, pois, dentro de nossas membranas mortas, há um garboso catálogo, de A a Z, onde repousam nossas memórias relevantes. Pois bem, seja epígrafe ou cartão natalino, feche os olhos com veemência, percebendo assim que, no fim do saldo, independente das conquistas alexandrinas ou derrotas religiosas que tivemos, sempre fomos uma bolha da literatura fantástica porque, por mais que tentem nos estourar, continuamos se multiplicando. [...]