Há algo de inusitado e sedutor nessa literatura imaginária e realista, lasciva e elegante, que traz à tona profundidades quase inconfessáveis. Há, no encadeamento das palavras que agarram o leitor, conceitos que perturbam, descrições prazerosas, situações excitantes. São diálogos reveladores de personagens que podem pertencer ao dia-a-dia de qualquer um. Na vida real, gente que tem nome e se esconde por trás da hipocrisia. Na ficção, seres genéricos que se mostram por inteiro, sem nenhum disfarce. O resultado, simultaneamente simples e surpreendente, brota como algo há muito tempo esperado. Sílvio Ferreira Leite tem atuado no semi-anonimato de aprimorar criações de outros autores, principalmente obras traduzidas. Também já participou do mundo do teatro e da literatura infanto-juvenil. Como cronista, busca o fato real, aquele que se esconde por trás da aparente realidade. Agora, com O dono do destino, começa a ficar nacionalmente conhecido. Assim, digamos que este é seu primeiro trabalho literário dirigido ao grande público.