"O destino de Masoch é duplamente injusto. ... Ele não só foi injustamente esquecido, mas ganhou uma injusta complementariedade, uma injusta unidade dialética. Pois basta ler Masoch para sentir que seu universo nada tem a ver com o de Sade." Assim Gilles Deleuze, um dos mais importantes filósofos da contemporaneidade, resume o que o levou a escrever sobre esse personagem. Ao longo das páginas, ilustra, numa brilhante leitura comparativa das obras de Masoch e Sade, sua idéia de que um grande artista tem a ambição de pensar o homem e o mundo. O autor busca reparar a injustiça, resgatando os valores clínico e literário da obra de Sacher-Masoch. "E se o psiquiatra alemão Krafft-Ebing criou, em 1869, o neologismo ‘masoquismo’, foi para homenagear Masoch por haver descrito em detalhes ‘esse tipo de sentimento da vida’", Roberto Machado, professor de filosofia.