A poesia de Sônia Van Dijck não comporta nem o teor nem a forma de um haiku de Bashô. Um aikai tradicional. Mas, apesar dessa singular divergência, aparece-nos com a mesma concisão e, o que é ainda mais importante, com a mesma leveza e com o mesmo lirismo. Sônia Van Dijck é uma poeta de sensações. Já que a realidade é o que é, questione-se, pelo menos, a maneira como é costume (às vezes, até como é norma) interpretá-la. Entre muitas leituras, a mais frontal, a que mais toca, é a percepção de que a essência da poesia de Sônia Van Dijck é a consciência plena de seu próprio estar-no-mundo.