Nas últimas décadas tem irrompido no seio do catolicismo brasileiro e para além dele um novo perfil de presbíteros, denominados “padres novos”, que por suas práticas pastorais e comportamentos pessoais têm promovido na esfera da experiência religiosa o deslocamento do profético para o terapêutico e do ético para o estético. Isso tem provocado tensões e entraves nos processos pastorais em curso, tanto entre os presbíteros nas dioceses como em relação às religiosas e aos leigos e leigas nas paróquias onde atuam. Entretanto, o novo perfil de presbíteros na Igreja Católica não é um fenômeno a ser desqualificado ou desprezado. Ao contrário, ainda que em muito se vincule a posturas pré-conciliares e à denominada “pós-modernidade líquida”, seu modo de ser e de agir questiona práticas eclesiais correntes, põe em xeque comportamentos costumeiros, desafiando um estudo para além de leituras ligeiras ou pragmáticas do fenômeno.