Amigos distantes, no espaço e no pensamento, Bento de Espinosa e Henry Oldenburg mantiveram um expressivo contato mediado por cartas, entre 1661 e 1676. Da metafísica à religião, passando pela química e pela ética, eles tratavam de vários assuntos particulares e compartilhavam notícias dos achados científicos e das lutas políticas que os rodeavam em pleno século XVII. Ao longo desse intercâmbio de ideias e informações, Espinosa esteve preparando sua obra maior, a Ética. A relevância e a qualidade deste livro devem reluzir, de pronto, a autoridade das palavras de Goethe: sua correspondência [de Espinosa] é o livro mais interessante que se pode ler no mundo de sinceridade e de filantropia. Documento interessantíssimo e apaixonante, que carrega um conteúdo filosófico de primeira ordem, capaz de verter luz reveladora sobre aspectos importantes da gênese, do debate e da formulação do pensamento de Espinosa.