No princípio dos anos vinte já existia o teatro radiofônico na Europa. Um texto de ficção, produzido e transmitido pelo rádio, provocou pânico na população norte-americana em 1938. Na Alemanha nasceu a forma e a técnica denominada Horspiel termo para o qual o coordenador desta obra propõe a tradução peça radiofônica e se desenvolveu uma linguagem nova, surpreendente, rigorosa, capaz de um extraordinário vigor narrativo. Trata-se do som trabalhado enquanto material básico, para a construção de obras que instauram uma linguagem fascinante, que vai além do naturalismo ou de um realismo superficial: a estereofonia parece inaugurar uma nova ordem de elementos que, com liberdade criadora, despreza a lógica dos textos destinados a serem vistos ou lidos, abandona a sintaxe do cinema, da televisão ou do teatro, organiza um universo novo, no qual palavra, som, ruído, silêncio e mesmo a música propõem uma outra realidade, surpreendente e transformadora. A peça radiofônica conta hoje com técnicas narrativas específicas e pode se converter num meio extremamente eficiente de democratização da cultura. De formação do homem, de conscientização política e social.Esta obra quer divulgar um gênero artístico que tem dado frutos de alto valor estético e social e que tem mantido viva, no mais tradicional e popular dos meios eletrônicos de comunicação o rádio -, a forma de comunicação humana mais elementar e democrática: a palavra.