Esta obra tem como objetivo analisar as representações sociais do nazismo em filmes de longa-metragem no cinema americano e europeu (alemão e não alemão). As duas questões centrais do trabalho são: a desumanização e a resistência à desumanização. Para entender as diferentes representações no cinema das origens, desenvolvimento, manutenção, queda e ressurgimento contemporâneo do nazismo, foram selecionados 28 filmes, objetos de análise aprofundada. Iniciamos com uma fundamentação sobre o cinema e sua relação com a política. Em seguida, o cinema profético de O Gabinete do Dr. Caligari, Dr. Mabuse e Fausto anunciava o que viria em poucos anos, a ascensão do Füher, apresentado aqui em o Triunfo da Vontade, Arquitetura da Destruição, Amém e A Queda. Vivendo o dilema de aceitar e/ou resistir, chegamos ao exercício da submissão com cinco filmes, entre eles, Mephisto e Um Homem Bom. Alguns viveram no cenário de noite e neblina, como representado em Bent e O Menino do Pijama Listrado, exemplos do inominável, do incompreensível sofrimento que somente um homem pode infligir a outro. Para fugir da invasão dos territórios, pegamos carona no Trem da Vida pilotado por um sábio louco ou um louco sábio, que tudo sabe e tudo resolve. Mas como o julgamento tarda, mas não falha, seja deste mundo ou do outro, enfrentamos Nuremberg e a controversa posição da filósofa Hannah Arendt. Como compreender o lado obscuro de todos nós? Talvez filmes como A Outra História Americana e A Onda possam explicar a semente ameaçadora do mal que espreita e permite que genocídios sejam fenômenos não só do passado, mas ainda presentes na atualidade. No epílogo desse percurso, concluímos, pela análise dos filmes, que a desumanização e a resistência a ela, residem não só nos grandes ou pequenos atos dos indivíduos, mas principalmente na consciência e responsabilidade de todos e de cada um.