O meu nunca se separa de uma perspectiva do nós quando consideramos a propriedade privada segundo a lógica espinosista. Mesmo no caso extremo da incorporação de desejos de acumulação na cidade, a característica mais marcante dos vetores políticos do filósofo está presente: nenhum direito se garante no estado civil como reflexo direto do desejo de um sujeito sobre as coisas, mas na medida em que desejos comuns básicos, direitos comuns, estejam assegurados a todos. É por direito de guerra que o meu se faz direito independentemente de um nós. A relação homens-coisas, nesse sentido, é sempre concebida a partir de uma relação homens-homens, que é primária e preponderante: antes das coisas vêm os outros.