Vale a pena recordar a dupla acusação que, frequentemente, dirigimos à escola. Umas vezes, dizemos que está sempre tudo a mudar - reformas e mais reformas, novas leis, novos programas, novas orientações. Outras, que nada muda, que a escola continua sempre na mesma, há vários séculos. Agustín Escolano Benito explica bem esta aparente contradição. A escola faz parte de uma cultura, de uma sociedade, e, nesse sentido, vive numa pressão de mudança e renovação. Mas a escola é também uma instituição, com uma cultura própria, isto é, com uma determinada forma, gramática ou modelo, que tende a perpetuar-se. A partir desta tensão, o autor apresenta-nos uma reflexão notável sobre a escola como cultura, um ensaio de grande liberdade e inteligência, uma das obras mais brilhantes escritas no campo da história da educação.