O menino-personagem dessa belíssima história de Sergio Napp traz um pássaro ao ombro. Desde o nascimento, carrega no seu olhar de infância a sensibilidade de observar a vida de um jeito mais demorado, enxergando nas coisinhas tão pequenas do cotidiano, muito mais do que elas mostram num olhar menos atento. E esse pássaro-poesia que acompanha o menino faz com que todas as aventuras, as delícias e as tristezas que ele vai vivendo sejam muito especiais. Para completar, o traço de Walther Moreira Santos é também pura poesia. As ilustrações conversam com o texto como se ambos fossem velhos conhecidos: o texto é o menino; a ilustração, o pássaro. Mas também pode ser o inverso.