Apresenta aspectos da sociedade contemporânea que influenciam o cuidado em saúde, questionando se é possível identificar a saúde com uma prática 'desumanizadora'. Para analisar esta questão, o autor utiliza a categoria marxista de alienação, como a “não correspondência entre o desenvolvimento das capacidades humanas – do gênero humano – e sua manifestação no plano dos indivíduos e coletividades concretas”. Ele afirma que a humanização dos sujeitos resulta da sua inserção e ação transformadora sobre a realidade e, analisando criticamente os fenômenos de saúde-doença, entende que as práticas de saúde são simultaneamente 'humanizadoras' e 'desumanizadoras'. O livro convida a refletir sobre qual é o objeto do trabalho em saúde, se é a própria saúde, a doença ou a pessoa. Discute também a determinação social do processo saúde-doença e as manifestações da medicalização na sociedade. Aborda ainda o aumento de doenças entre os trabalhadores da saúde e sua inserção no capitalismo, a relação entre profissionais e usuários e o papel - por vezes contraditório - da tecnologia nos serviços.