Paulo di Falco Francisco, médico, ignorava o destino ter deixado, caprichosamente, que as lágrimas acompanhantes daquele abraço recebido no hospital estivessem agora rompendo com seu passado rotineiro. Encontrava em Laurinha, uma segunda mãe. Uma âncora para guardar um coração ferido. Não assimilava a traição. O medo em aventurar-se a um novo relacionamento o tornara fechado, egoísta. Com isso, a maior parte de seu tempo dedicava ao trabalho no velho hospital. Sua mãe, ao morrer, passou-lhe duas grandes responsabilidades. A primeira cuidar bem de sua irmã caçula, Paola, com três anos na época. A segunda, estudar com o dinheiro que ela, sua mãe, havia guardado escondido do Sr. Augusto, seu pai, para dar também oportunidades de vida e trabalho melhores a Paola. Dr. Paulo cumpriu a promessa. Mas esquecera-se de si mesmo. E, agora, despertava lá no fundo de seu “acanhado mundo” um sinal de ruptura com o medo introduzido pelo relacionamento fracassado com Ingrid. Porém, o primeiro passo tardava partir ao encontro desse amor. De um grande amor que o fio da lágrima gelada desenhara em sua alma, criando a esperança de um novo abraço. Quem sabe, Um Abraço de Fanny o faria viver a vida novamente sem medo e sem solidão.