Neste estudo, Peter Burke distancia-se da interpretação que tradicionalmente se dá do Renascimento como sendo de matriz essencialmente italiana, intencionalmente moderno e separável da Idade Média. Destaca a presença das tradições medievais no processo de adaptação criativa das formas e valores clássicos aos novos contextos culturais e sociais renascentistas, não só na Itália mas em muitos outros pontos da Europa. O autor, com um percurso académico notável, filtra a sua visão da História através de uma vasta cultura nas áreas da Sociologia, da Antropologia e da Psicologia, operando nos seus trabalhos uma síntese entre a historiografia tradicional e as propostas da nova História.