A Geração Beat, de um pequeno grupo de poetas e escritores ditos marginais surgido nos Estados Unidos da década de 1950, se consolidou em um movimento que deixou como herança um rastro permanente na cultura e sociedade, rejeitando os padrões burgueses - artísticos e comportamentais - do american way of life pós-Segunda Guerra Mundial. A literatura e a cultura em geral nunca mais seriam as mesmas depois do americaníssimo On the Road de Jack Kerouac, dos poemas de Lawrence Ferlinghetti e de Allen Ginsberg. A contracultura esteve quase sempre imbuída de uma pluralidade não apenas política e literária, mas também religiosa, que não pode deixar de ser associada ao perfil de seus integrantes. Os beats não se limitaram a recuperar e reviver mitos arcaicos: criaram um novo mito. Um mito autorreferente, tendo como um dos alicerces o misticismo. A rejeição aos padrões tradicionais, as inovações de estilo, a experiência com drogas em busca da sublimação espiritual e o interesse [...]