É possível aproximar tradição e ciência? Esse livro responde ao desafio que a pergunta propõe ao recorrer à narrativa dos Três Mil Mundos do budismo Mahayana com o objetivo de refletir, por analogia, sobre as formas do pensamento antropológico que oscilam de modo excludente entre a busca de uma universalidade do espírito humano e suas manifestações culturais específicas. O pensamento budista, ao contrário, opera interdependente e dialogicamente vida e morte, pessoa e ambiente, corpo e mente, como aspectos da existência e da não-existência que abarcam o uno e o múltiplo. Utilizando-se de várias interpretações das narrativas budistas ao longo do tempo, a autora apreende um modelo cognitivo complexo, dinâmico e ético que inspira novas indagações sobre o humano, o mundo e a vida.