'Um retrato do artista quando jovem' é um instantâneo de dupla exposição - em um nível, mostra o desenvolvimento do jovem esteta Stephen Dedalus; em outro, o próprio corpo do texto dá testemunho dos resultados desse desenvolvimento, oferecendo um complexo e frequentemente irônico comentário entre duas fases da vida intelectual de James Joyce. Iniciando-se com o tradicional 'Era uma vez' das fábulas para ir então gradualmente se afastando da tradição narrativa, assumindo feições mais e mais idiossincráticas até culminar nas frases telegráficas de um diário interrompido, a importância deste livro não reside apenas em seus evidentes méritos artísticos, mas também nas notáveis inovações estilísticas que seriam absorvidas, usadas e transmutadas pelas diversas correntes do modernismo ao longo do século XX.