O livro de Tiago Salgado oferece quadros sugestivos para um diagnóstico de época centrado na ascensão da sociedade neoliberal e em suas contradições. Uma velha questão ética, tornada dilema da filosofia política no século XX, retorna: o que fazer? Na esteira da crise pandêmica e das discussões sobre a retomada do papel do Estado como agente da modernização, convém repensar uma agenda social-democrata que contemple o dinamismo do mercado com políticas públicas de bem-estar. Uma alternativa que talvez seja o primeiro movimento, por meio do gradualismo de reformas comprometidas com a coesão social e com a justiça, para realimentar nossa combalida imaginação política. Felipe Ziotti Narita (UNESP/CBM).