Nesta narrativa distópica, escrita por Moisés Baião e ilustrada por Maria Júlia Rêgo, a única sobrevivente à destruição é a raposa, que se prepara para o discurso derradeiro do alto de um edifício da cidade contaminada. De repente, entre os entulhos de smartphones que trouxera num saco, um deles começa a tocar. Alô? Alô! E a comunicação se estabelece entre ela e algum outro sobrevivente, num diálogo em que se fala sobre tecnologias como livros, telefones móveis, internet, GPS e a mais improvável delas naquele momento: um encontro de verdade, presencial e tátil. O projeto gráfico e as ilustrações, que primam pelo uso do minimalismo e do grafismo, formam uma camada narrativa visual interessantíssima para a jornada dessa raposa, que se debate entre o fim da existência e a urgência de viver.