Antes de entrar no coração de alguém, é preciso tirar os sapatos, passar as mãos na sola dos pés para afastar pedrinhas, poeiras, pedacinhos de algo, estilhaços de vidro.
Porque quando se vai embora, o que se levou fica lá. E é verdade que um imperceptível grão se transforma em pérola. Mas, até que aconteça, a ostra sente muita dor.

Meu coração diz teu nome é simplesmente cativante porque atesta uma das marcas da Cris Lisbôa: explicar o impossível ou falar de forma profunda sobre nós e sobre nossos sentimentos. No decorrer das páginas, o que temos é um jogo de espelhos em que ver o outro é encontrar a si mesmo, enxergar a si próprio.

É bem provável que, assim como eu, o leitor se sinta vulnerável.