O diálogo entre Filosofia e Educação foi sucumbido ao longo da história da filosofia. Isso deveu-se, em parte, por razões de ordem histórica, político-conjuntural, pela constante ausência do exercício crítico das teorias modernas da educação, em dado momento para legitimar o ato educativo como simples processo moral e cívico. Essa obliteração do diálogo entre educação e filosofia remonta ao tecnicismo fruto do advento da ciência, que instaurou a positivação do espírito, não obstante, impregnando-se, historicamente, na cultura ocidental e intensificando a necessidade de se construir uma força de mercado com a finalidade de adestrar os indivíduos para atender os padrões da sociedade de consumo. Este adestramento da consciência humana despotencializa o sujeito da capacidade de conferir reflexão e sentido a própria existência, vinculada a produção do conhecimento. O sentido é a qualidade com que as coisas, os diversos aspectos da realidade se apresentam à nossa consciência subjetiva. Assim sendo a tarefa fundamental da Filosofia é eminentemente antropológica, pois o seu objeto central de reflexão é a própria condição do homem em seus múltiplos contextos e sentidos. A presente coletânea não tem a intenção, evidentemente, de responder ao conjunto de problemas envolvidos no diálogo entre filosofia e educação, e, sobretudo, de oferecer uma resposta às questões pedagógicas a elas relacionadas. Ela quer, antes de tudo, por meio de seus textos que a compõem, servir de subsídio para reflexão da práxis educativa. Sua tarefa básica é estimular a reflexão na busca de compreender o sentido mais profundo do próprio sujeito da educação, ou seja, de construir a imagem do homem em sua situação de sujeito/educando. Prof. Dr. Nilo César Batista da Silva, natural de Icó Ceará, Doutor em Filosofia Universidade do Porto Portugal, docente do Curso de Filosofia da Universidade Federal do Cariri UFCA.